domingo, 11 de janeiro de 2015

Tic-tac

Tic-tac.

Acordei de manhã. Com dificuldade, abri os olhos. Que lugar era esse? Que ano, que mês, que dia?
Ouvi apenas o tic-tac do relógio da parede. Eu não sabia de nada. O tempo passou voando e levou consigo todas as angústias. A época de mudanças frenéticas passara.

É tão estranho acordar assim. Parece que tudo o que vivi foi um sonho que durante alguns momentos também foi um pesadelo. Um sonho longo, daqueles que você sente que durou a noite toda. Mas agora o sol está aí, entrando pela janela. Iluminando meus olhos, iluminando minha vida.

Seria discrepância dizer que ainda sinto tudo? A angústia de ser e não ser o que quero, de gostar disso e ao mesmo tempo daquilo. É gostar de Machu Picchu, mas ao mesmo tempo gostar de Cambridge.  É gostar de morenos e adorar loiros. É me apaixonar ao mesmo tempo por várias pessoas - algumas, inclusive, nem conheço. É Europa e América do Sul. Música latina, rock britânico e pagode. Inglês e espanhol. Simplicidade e elegância. Olhos pretos, olhos verdes, olhos azuis. Choro e riso. Trem e avião. Praia e serra. Rio e Ceará. Criança, adolescente, adulto.  Ser e estar. Mudar e permanecer. Ir, vir, ficar.

A diferença é que antes isso me angustiava de uma maneira terrível. Por causa do tic-tac e de tudo o que a vida coloca no lugar, eu sei que no final tudo vai dar certo. Tudo vai ocorrer da maneira que tiver que ser. Me privar agora é opção. Assim como algumas flores só desabrocham na primavera, eu espero o momento certo para viver a vida dos meus sonhos. Enquanto isso, sento de frente pro mar, sinto a brisa e espero acontecer.

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